terça-feira, 11 de novembro de 2008

FALLSCHIRMJÄGERGEWEHR 42

Hermann Göering era chefe da luftwaffe durante a 2ª Guerra Mundial e nutria um profundo sentimento de ciúmes em relação aos altos comandantes do exército alemão. Quando o exército resolveu adotar um novo fuzil automático, Göering achou qua a Luftwaffe tinha o mesmo direito, visando equipar suas tropas de pará-quedistas, as Fallschirmjäger. Mas em vez de seguir o caminho do exército que adotou o cartucho "curto"(Kurz), a Luftwaffe continuou a utilizar o projétil padrão de 7,92mm, e pediu à fábrica Rheinmetall que projetasse um novo fuzil automático.

ACIMA: Atirador Fallschirmjäger apontando seu FG 42 durante a ofensiva das Ardenas.


A Fábrica então desenhou e fabricou uma das armas portáteis mais marcantes da história militar: a Fallschirmjägergewehr 42(FG 42) de 7,92 mm, uma arma que conseguiu reunir o mecanismo de fogo automático num espaço um pouco maior que o ocupado por um ferrolho convencional. Seus primeiro exemplares tinham cabo de pistola inclinado, coronha de plástico de formato incomum e um bipé para fogo sustentado proeminente sob o cano. Completando havia um grande supressor de chamas e um mecanismo para colocação de uma baioneta de encaixe. O carregador de 20 disparos, era introduzido lateralmente e o funcionamento da arma funcionava a gás. A FG 42 era mais complexa do que inovadora, pois reunia uma mistura de diversos sistemas existentes na época em uma única arma.

ACIMA: Pará-quedistas alemães com seus FG-42 em Creta.

A Luftawaffe recebeu o primeiro lote de FG 42 durante o ano de 1942, utilizando na invasão de Creta, ficando muito satisfeita com o desempenho da arma e pediu um segundo lote. Mas este não lhe foi entregue, pois constatou-se qua as inovações incorporadas no FG 42 exigiam um processo de fabricação complicado e necessitariam de novas modificações. Assim, sua entrega transcorreu de forma lenta e irregular e numa tentativa de acelerar a produção, fizeram certas simplificações. Introduziu-se uma coronha de madeira mais simples e substituiu-se o cabo de pistola por um componente menos incomum. O bipé mudou para uma posição mais à frente e outros cortes foram feitos. No entanto nada disso adiantou; no fim da 2ª Guerra Mundial, apenas 7.000 unidades haviam sido fabricadas. Mas, depois do conflito, o FG 42 atingiu sua maior marca de produção, pois muitas de suas características acabaram incorporadas por modelos posteriores. Talvez a mais importante delas fosse o mecanismo acionado a gás, que podia disparar um único tiro a partir da posição de ferrolho travado e, com o ferrolho aberto, realizar fogo automático, tudo isso em um compartimento pequeno utilizando um cartucho de alta potência.

ACIMA: Primeira versão do fuzil FG-42 com o bipé mais recuado.


Não se mantiveram alguns dos componentes, como o carregador lateral, que não tinha um bom desempenho. Além de ficar preso no uniforme do combatente, ele tendia a desequilibrar a arma durante o disparo.
O FG 42 apresentava um desenho bastante avançado para a época e incorporava muitos dos componentes da maioria dos fuzis de assalto e metralhadoras modernas, como o desenho em linha reta da coronha à boca do cano e o mencionado mecanismo de funcionamento à gas. Exatamente por essas características, no entanto, a produção do FG 42 era muito difícil e cara, mesmo em 1945 restavam alguns problemas mecânicos a serem resolvidos para que a arma pudesse funcionar de forma adequada.

ACIMA: Pará-quedista alemão no Gran Sasso, durante a operação "OAK"( resgate de Mussolini) com o seu fuzil FG 42, ao fundo o planador de assalto DFS 23o.

FICHA TÉCNICA.

Calibre: 7,92 mm
Comprimento: 940 mm
Peso: 4,53 kg
Carregador: 20 cartuchos
Velocidade inicial do projétil: 761 m/s
Cadência: 750 a 800 tiros por minuto

sábado, 8 de novembro de 2008

F-102 Delta Dagger

Beneficiando-se das pesquisas alemãs de asas em delta durante a II Guerra Mundial, os americanos desenvolveram no pós-guerra o avião experimental Convair XF-92. Deste projeto surgiu o interceptador Convair F-102 Delta Dagger, primeira aeronave supersônica em delta a entrar em serviço operacional no mundo. O programa iniciou-se em 1950, mas logo no início mostrou-se problemático, pois o protótipo designado YF-102 não atendia as especificações exigidas pela USAF.


ACIMA: Cockpit do Convair F-102 Delta Dagger

O maior problema era que a aeronave não conseguia ultrapassar a velocidade de Mach 1. Em 1953 aconteceu o primeiro vôo do YF-102 a partir da base de Edwards, infelizmente neste primeiro vôo a aeronave perdeu sustentação e caiu sobre a deserto da Califórnia. Estava claro que havia necessidade de modificações profundas no projeto, então os projetistas da Convair voltaram-se as suas pranchetas e reprojetaram totalmente o aparelho, agora utilizando a então recente "regra de área", que visava reduzir o altíssimo coeficiente de arrasto transônico.

ACIMA: O YF-102 decolando da base de Edwards no deserto da Califórnia.

A adoção da fuselagem "garrafa de coca" resolveu de forma satisfatória o problema de desempenho, embora o desenho ainda precisasse sofrer algumas alterações de certa importância na área da deriva e também nos bocais das tomadas de ar. A seção anterior da fuselagem era de um modelo totalmente novo. Somente em abril de 1956 o caça estava pronto para entrar em serviço no ADC( Air Defense Command, Comando de Defesa Aérea). O auge do Delta Dagger foi durante a intervenção dos EUA no Vietnã, onde o F-102 ficou responsável pela defesa aérea da capital do Vietnã do Sul, Saigon.
Depois disso, o F-102 teve uma longa carreira operacional, desempenhando a função de interceptador no ADC, Forças Aéras do Pacífico e na Força Aérea americana na Europa. Dos 889 aparelhos monoplace fabricados, 875 integraram o estoque bélico. Paralelamente produziram-se 111 TF-102A biplace de terinamento.
Quando deixou de prestar serviços como interceptador da Guarda Aérea Nacional , em fins dos anos 70, o Delta Dagger se transformou em avião-alvo, com a designação "PQM-102", e centenas deles sofreram reformas para uso em programas de treinamento e testes.

ACIMA: Um dos primeiros F-102 Delta Dagger de série em vôo.

ARMAMENTO: O Convair F-102 Delta Dagger foi projetado como interceptador puro, sendo o seu armamento transportado dentro de um compartimento interno na fuselagem. Ele não possuía canhão interno, utilizando apenas mísseis do tipo Hughes AIM-4C Falcon, guiados por infravermelho, AIM-4A/AIM-4E Falcon, guiados por radar e mísseis AIM-26A Falcon de ogiva nuclear.

ACIMA: Delta Dagger ostentando a pintura padrão no Sudeste Asiático durante seu serviço no Vietnã, nas décadas de 60 e 70.

Ficha Técnica:
Convair F-102A Delta Dagger

MOTOR: Um turbojato Pratt e Whitney J57-P-23 com empuxo seco de 5.307 kg e de 7.802 kg com pós-queimadores.

VELOCIDADE MÁXIMA:
1.328km/h

TETO DE SERVIÇO: 16.460 m

RAIO DE AÇÃO: 805 km

COMPRIMENTO: 20,84 m

ENVERGADURA: 11,62 m

ALTURA: 6,46 m

PESOS: 8.641 kg vazio, 14.288 kg carregado




Encouraçado Classe "Queen Elizabeth"

Compondo uma das mais bem-sucedidas classes de belonaves principais já construídas, as cinco unidades da classe "Queen Elizabeth" também representavam os primeiros encouraçados de grande resistência. Eles resultaram da decisão de montar canhões de 381 mm, que substituiriam os de 343 mm(já superadas por armas de calibres maiores estrangeiras). Embora não houvesse impedimento quanto à construção de navios suficientemente grandes para esta bateria de canhões, de dez peças, peferiu-se utilizar oito canhões de 381mm. Na época era comum os encouraçados possuirem torres artilhadas no meio do casco, mas no projeto do "Queen Elizabeth"esta prática foi abandonada, permitindo um aumento da potência no maquinário de 29.000 shps para 75.000 shp, assim atingindo uma velocidade de 45km/h.

ACIMA: Lançamento do casco do "Queen Elizabeth" em 16 de outubro de 1913.

O casco do "Queen Elizabeth" foi lançado em 16 de outubro de 1913, mas apenas em 1915 as três primeiras unidades entraram em operação na Royal Navy sendo eles, o HMS "Queen Elizabeth", "Warspite" e o "Barham" respectivamente e mais duas em 1916, HMS " Valiant" e o "Malaya".

ACIMA: O "Queen Elizabeth" no Mediterrâneo em 1943.

Quatro das belonaves da Classe participaram da Batalha de Jutland, pelo 5º Esquadrão de Combate. Esse grupo, por causa de sua velocidade, se agruparam junto à força de cruzadores-encouraçados do almirante Beatty, em vez de juntar-se ao corpo da frota principal. Assim, esses navios se engajaram num momento crítico da batalha. O grupo sofreu 27 impactos de torpedos de grande calibre, tendo o "Valiant" saído ileso e o "Warspite" recebido treze impactos. Os navios dessa classe foram capazes de absorver muito bem os danos da batalha e já estavam operando no mês seguinte. Todos passaram por modernizações em vários graus no período entre guerras mundiais, e participaram da Segunda, na qual somente o "Barham" perdeu-se.

ACIMA: O "Warspite" estacionado em Gibraltar durante a década de 30

Armamento: Os navios da classe "Queen Elizabeth" eram armados com oito canhões de 381 mm, catorze de 152 mm e dois antiaéreos de 76 mm, além de quatorze tubos de torpedos de 533 mm.


ACIMA: Vista frontal dos canhões de 381mm do HMS "Warspite".

Ficha Técnica:
(Classe "Queen Elizabeth" versão original)

Deslocamento: Padrão 29.150 t: com carga total, 33.000t.
Comprimento: 19,82m
Largura do casco: 27,58m
calado: 9,35m
Propulsão: Quatro conjuntos de turbinas engrenadas a vapor desenvolvendo 75.000shp.
Velocidade: 45 Km/h.
Blindagem: Faixa lateral, 330 mm; anteparos, 152 mm; plataformas de armas, 254 mm;convés superior, 44 mm; principal, 32 mm; médio, 25 mm; inferior, 76 mm.
Tripulação: 950 .


quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Yakovlev YAK-141 "Freestyle"

Durante a década de 70 as autoridades aeronáuticas russas criaram uma série de especificações, visando modernizar seus vetores. Preocupados com os novos F-15, F-16, F/A-18 e o Panavia Tornado da Otan, a URSS apresentou como resposta os caças Sukhoi Su-27, Mikoyan Gurevich Mig-29 e o Yakovlev Yak-141.
Projetado como substituto do caça embarcado VTOL Yakovlev Yak-38, o "Freestyle"* na verdade era uma mudança de conceito em termos de caça embarcado. O YAK-38 era simplesmente um caça provisório, colocado às pressas em serviço visando equipar a Marinha Russa(AVMF) com um aparelho similar ao britânico BAC Harrier, resultando em um avião muito limitado operacionalmente. O Yak-141 era uma aeronave revolucionária. Equipado com variação de geometria no tubo de escape do motor e possuindo uma performance supersônica que era novidade em aeronaves VTOL , o YAK-141 seria um verdadeiro caça/interceptador de defesa de frota.
Os russos esperavam utilizá-lo em parceria com a aeronave de ataque Sukhoi SU-39**, a bordo dos porta-aviões da classe "Kuznetsov". Apresentando uma configuração motriz com um grande motor principal e dois menores de sustentação no meio da fuselagem, o desenvolvimento do novo caça VTOL russo começou em 1975.

* Denominação dada ao Yakovlev Yak-141 pela OTAN.
** Versão naval do avião de ataque Sukhoi Su-25 "Frogfoot".

ACIMA: Vista frontal do protótipo nº 1 do Yakovlev Yak-141 "Freestyle".

O programa continuou em total sigilo, até que em 1988 o protótipo nº1 foi fotografado por um satélite espião americano quando estava no pátio da base de Zhukovsky. Em 1989 ocorreu seu primeiro vôo , apresentando apenas pequenos problemas, sobretudo no sistema Fly-By-Wire. O Yak-141 estava equipado com o radar Phazotron N-019 do Mig-29 , acrescido de alguns modos de ataque ao solo. Com o fim da URSS o programa sofreu vários cortes orçamentários, sendo cancelado em 1992. Foram fabricados 2 protótipos, sendo o segundo utilizado nos testes de convés efetuados nos porta-aviões das classes "Kiev" e "Kuznetsov".

ACIMA: Cockpit do Yak-141

Armamento: um canhão GSh-30-1 de 30mm, mísseis de curto alcance R-60(AA-8 "Aphid"), R-73(AA-11 "Archer"), mísseis de médio alcance R-27( AA-10 "Alamo"), R-77(AA-12 "Adder"), mísseis de ataque ao solo Kh-25(AS-10 "Karen"), Kh-29(AS-14 "Kedge"), mísseis anti-radar Kh-31(AS-17 "Krypton"), bombas guiadas por tv, laser e "burras".

ACIMA: Nesta imagem fica evidente a disposição dos motores no Yak-141.

Motores: Um Turbofan Soyuz R-79V-300 com vetoração vertical no bocal de escape, contando com um empuxo de 24.205lb seco/34.170lb com pós combustor e dois RKBM(Rybinsk Engine Design Bureau)RD-41, localizados no meio da fuselagem com empuxo de 9.392lb cada.

ACIMA: Protótipo nº2 pousando no convés do porta-aviões "BAKU"( classe "Kiev").

Performance:

Velocidade máxima: 1.800km/h
Raio de Ação: 1100 km (decolagem vertical)
Alcance: 2400 km
Teto de serviço: 15.000 m

Dimensões:

Comprimento: 18,30m
Envergadura: 10,10m
Altura: 5,00m
Peso máximo de decolagem: 19,500kg

terça-feira, 4 de novembro de 2008

AN/AAS-35(V)PAVE PENNY

O Pod designador laser AN/AAS-35(V)PAVE PENNY entrou em operação na USAF no ano de 1977, primeiramente equipando o avião de ataque A-10 Warthog e depois o Vought A-7 CorsairII. Desenvolvido como um sistema autônomo de designação de alvos para os mísseis AGM-65C Maverick(versão laser)*, o Pave Penny manda sinais do alvo para o HUD da aeronave, indicando a localização exata do mesmo ao piloto.
Com um alcance de cerca de 20m/n e muito sensível as condições climáticas do campo de batalha, ele tornou-se obsoleto nos anos 90, saindo de serviço na USAF em 1998.

ACIMA: Pod designador PAVE PENNY, equipando um A-10 Warthog da USAF.
ACIMA: Imagem no HUD do Vought A-7 CorsairII, mostrando a localização do alvo designado pelo PAVE PENNY.

* Versão cancelada do AGM-65 Maverick devido ao alto custo. A versão a laser definitiva AGM-65E só entraria em operação em 1985.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Míssil Condor

Um dos programas militares menos conhecidos da América Latina, o míssil balístico Condor foi concebido por uma parceria inusitada entre Argentina, Iraque e Egito. Projetado durante a década de 80 como um missíl superfície-superfície de médio alcance, o Condor I nada mais era que um desenvolvimento do míssil russo SCUD. Já a versão melhorada, Condor II (designação egípcia/iraquiana Badr-2000), teve o seu desenvolvimento iniciado durante o ano de 1984, e trouxe consigo rumores do governo inglês de que a Argentina estivesse desenvolvendo um programa nuclear, visando a conquista das Ilhas Malvinas(Falklands).

ACIMA: Protótipo do míssil Condor I iraquiano sobre sua plataforma de lançamento montada sobre um caminhão Scania.


Por outro lado , funcionários do departamento de pesquisas espaciais argentino sempre defenderam o projeto como um meio de colocar satélites em órbita, sem pretensões militares. Israel também mostrou preocupação com o programa, já que Egito e Iraque estavam inseridos na sua lista de inimigos no Oriente Médio.
O programa Condor II teve o seu cancelamento anunciado em 1991, mas deixando muitas dúvidas sobre o seu desenvolvimento. Fontes ligadas à imprensa argentina citam lançamentos de mísseis Condors em março de 1989 na região da Patagônia. Outros contatos ligados ao governo militar argentino na época, dizem que os Dassault Mirage IIICJ adquiridos em Israel pela Argentina logo após o fim da Guerra das Malvinas, foi uma forma de pagamento do governo israelense pelo alijamento do Egito do projeto. O Iraque deixou o programa em 1988, alegando atraso no ínicio dos testes operacionais e suspeitas de desvio de verbas de empresas contratadas, responsáveis pelo software de missão do CondorII.

ACIMA: Protótipo do Condor II em sua plataforma estática de lançamento terrestre.

Ficha Técnica (Condor II).

PESO:
4800 KG
Comprimento: 10,30 m
Diametro: 80 cm
Alcance: 500-800 km
Carga de Com
bate: 400kg
Combustível: Sólido/Líquido(Argentino)
Sólido(Iraquiano/Egípcio)
Guiagem: Inercial