sábado, 3 de abril de 2010

Oto Melara OF-40: a decepção italiana

ACIMA: visão frontal do protótipo nº 1 do Oto Melara OF-40

Durante a dácada de 70 a empresa italiana Oto Melara, construiu sob licença junto à KMW Kraus-Maffei Wegmann da Alemanha, 720 MBT Leopard 1 para o Exército Italiano. Com a produção do blindado alemão, os italianos ganharam importante experiência e resolveram desenvolver um novo blindado a partir do Leopard 1A4. Os trabalhos começaram no ano de 1977 e segundo estimativas de mercado da FIAT, dona da Oto Melara, o principal foco das vendas seria o Oriente Médio. O primeiro protótipo ficou pronto em 1980 e foi logo transportado para um "tour" pela Tailândia, Espanha, Grécia e o Egito ficou muito enteressado, inclusive com a intenção de abrir uma linha de montagem local. Mas o primeiro e único país a adqurir o blindado foi o Emirados Árabes Unidos(Dubai), ficando com 18 em 1981 e alguns meses depois comprando mais 18, incluindo 3 veículos de recuperação.

ACIMA: Quatro visões de perfil do OF-40

O projeto do OF-40 é convencional, contando com um grande número de peças e mecanismos do Leopard 1. O casco e a torreta são soldados, a placa frontal possui uma inclinação acentuada, o motorista senta na frente e a direita do casco. O comandante está protegido na torre e contando com oito periscópios, entre eles um de visão noturna desenvolvido pela joint venture constituída pela italiana Alenia com a francesa Sfim. O artilheiro situa-se em frente ao comandante e uma posição abaixo, contando com o periscópio C215 da Alenia, com capacidade de ampliação de 8x e o quarto ocupante é o carregador que fica ao lado esquerdo da torre e tem á sua disposição uma escotilha circular que se abre para trás.
Embora inspirado no famoso canhão L7 britânico de 105 mm a Oto Melara resolveu projetar uma peça própria para equipar o OF-40. Sendo assim o blindado está armado com um canhão estabilizado e estriado de 105 mm, acionado elétricamente ou por um gerador de impulso manual, com elevação de -9º/+20º. A arma pode disparar todas as munições padrão da OTAN, incluindo as APDS, HEAT, HESH e de fumaça, com uma taxa de tiro que pode chegar a 9 disparos por minuto. Existem duas metralhadoras MG1 de 7,62mm, uma montada coaxialmente e outra situada em cima da torre na posição do comandante, para o uso antiaéreo.
O motor é um MTU M-500 V-10 com potência de 830 cv a 2.200 rpm diesel com transmissão hidro-mecânica ZF em bloco. Circundando os motores há dois tanques de combustivel com capacidade total de 1000 litros cada. A suspenção é do tipo barra de torção com sete roletes de cada lado, com saia blindada adicional com 15mm de espessura. O veículo possui total capacidade NBC( proteção contra querra nuclear, química e bacteriológica), passando por vãos de água de até 4 metros de profundidade( com snorkel).
Apesar de ser um bom blindado o OF-40 surgiu na hora errada, seu projeto já era obsoleto e estavam entrando em operação na mesma época os Leopard 2, Challenger e M1 Abrams que são MBTs de geração mais recente e com poder de fogo muito superior. No final dos anos 90 surgiu a notícia que os Emirados Árabes Unidos estariam transformando os OF-40 remanescentes em veículos de combate de infantaria em parceria com a Sabiex da Bélgica. Com a denominação de OF-40/IFV o blindado seria baseado no BMP-3 russo totalmente redesenhado, até o momento não se sabe sobre o andamento do projeto.

ACIMA: Protótipo nº2 do OF-40 passando por obstáculo durante testes

Ficha Técnica:
Peso:
45.500kg ( caregado)
Ocupantes: 4
Comprimento: 6.89m/9.22m incluindo o canhão
Largura: 3.5 m
Altura: 2.76m
Velocidade máxima: 60km/h em estrada-25km/h em terreno irreglar
Autonomia: 600 km

terça-feira, 23 de março de 2010

"Sandy"! Busca e salvamento no Vietnã

ACIMA: Um HH-3 "Jolly Green Giant" desce na selva, em treinamento de Busca e Salvamento(CSAR) na Tailândia em 1968.

"Sandy!Sandy!" Este som soava como uma música para os ouvidos de qualquer piloto americano abatido durante a guerra do Vietnã. "Sandy" era o indicativo rádio dos Douglas A-1 Skyraider, considerados verdadeiros "anjos da guarda". O velho Skyraider foi projetado no final da 2ª guerra mundial, com o objetivo de ser um borbardeiro de mergulho da Marinha Americana(US NAVY). Ficou conhecido mesmo durante a guerra da Coréia, onde mostrou-se ser um aparelho de ataque com poder de fogo devastador e ainda possuir uma resistência aos danos de combate fora do comum. No começo da guerra do Vietnã, o Skyraider já era obsoleto como avião de ataque, as poucas unidades da US NAVY ainda equipadas com ele, estavam convertendo para aviões Douglas A-4 Skyhawk e Grumman A-6 Intruder.
A partir da segunda metade da década de 60 a maioria dos Skyraider foram remanejados para os Comandos do Ar( depois chamados de Alas de Operações Especiais) da Força Aérea Americana (USAF) e para a Força Aérea do Vietnã do Sul (VNF). Com o crescimento dos bombardeiros americanos ao Vietnã do Norte(Operação Rolling Thunder) e a modernização da defesa aérea norte-vietnamita com caças Mig-17, Mig-19 e Mig-21, em parceria com os temíveis mísseis "SAM" soviéticos, várias aeronaves americanos começaram a ser abatidas e seus pilotos detidos atrás das linhas inimigas. Os estrategistas começaram a pensar em uma maneira de resgatar estes pilotos abatidos. Apesar de possuirem os mais modernos caças da época, os americanos chegaram a combinação perfeita entre o Douglas Skyraider, os grandes helicópteros HH-3"Jolly Green Giant" e mais tarde os HH-53"Super Jolly". A ecolha era óbvia. Os caças Macdonell F-4 Phantom II, Reprublic F-105 Thunderchief e North American F-100 Super Sabre, eram muito rápidos e não tinham a autonomia necessária à missão. O Skyraider era grande, levava uma grande carga bélíca e era lento, com isso capaz de atingir com precisão alvos no solo.
Geralmente uma missão de resgate envolvia o uso de seis aeronaves, mais duas de reserva. O piloto do "Sandy 1", era o comandante da missão, as duas aeronaves de reserva, ficavam no solo com seus pilotos a postos, prontos para a decolagem. "Sandy 1" e o "Sandy 2" iam junto ao helicóptero com chamada rádio"Jolly", " Sandy 3" e "Sandy 4" ficavam em uma altitude maior, prontos para entrar em ação. Perto do alvo ficava o FAC( Forward Air Controller- Controlador Aéreo Avançado ), geralmente a bordo de um OV-10 Bronco, 0-1 Bird Dog ou em um 0-2 Skymaster, voando a baixa altitude captando as emissões do rádio de sobrevivência PRC-90 do piloto.
O FAC direcionava os Sandys para os alvos em terra enquanto o helicóptero "Jolly", pairava sobre as copas das árvores e baixava a bengale de resgate. Um Boina Vermelha descia junto e orientava toda a operação no solo, da localização do piloto até o içamento para o helicóptero. Nesta fase, os sandys estavam atacando as unidades inimigas e chamando para si todo o fogo vindo de terra.
A maioria das missões de salvamento ocorriam durante o dia e com grande presença de atividade antiaéra inimiga. No final do conflito os Skyraider começaram a dar lugar aos Vought A-7D Corsair II nas missões de Busca e Salvamento(CSAR) no vietnã. Mas não há dúvidas que a visão dos Skyraiders armados até "os dentes", povoam a memória de vários pilotos que foram salvos pela combinação "Sandy" e "Jolly".

ACIMA: "Os salvadores" Douglas A-1 Skyraider e HH-3 "Jolly Green Giant".

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Armamento Inteligente na FAB

ACIMA: POD Litening III.

Dentre as inúmeras melhorias da FAB, em 2009, uma ocorreu no 1º/10º GAV. O esquadrão POKER participou, juntamente com o GEEV, IFI e GAC-Embraer, da aceitação e testes do sistema Laser, LITENING III e LIZARD II.
Este fato marca uma inflexão positiva na capacidade operacional na FAB. Esse sistema (POD e Kit de bombas) permitirá o lançamento de armamentos com alto índice de precisão, inclusive no período noturno. Além disso, permitirá a análise dos danos de bombardeio de forma integrada.
O POD LITENING III foi inaugurado no Exercício LAÇADOR, mostrando-se extremamente eficaz ao permitir o sucesso em 100 % dos ataques realizados.
Ressalta-se que no próximo ano, terminará a implantação no esquadrão de outro importante sistema: o POD de reconhecimento tático RECCELITE. Seus sensores permitirão o sensoriamento stand-off, diurno e noturno, numa variada gama de modos.
ataques cada vez mais precisos.

ACIMA : Bomba Lizard II de fabricação israelense sob a asa de um R/A-1 do Esquadrão Poker, baseado na Base Aérea de Santa Maria(BASM-RS).

FONTE e FOTOS: BASM

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

2K11 Krug (SA-4 Ganef)

ACIMA: Baterias de mísseis SA-4 "Ganef" durante a Parada Militar de Moscou em maio de 1964.

O 2K11 Krug(SA-4 Ganef) é um míssil anti-aéreo desenvolvido pela antiga União Soviética durante a década de 50, com o objetivo de equipar as unidades em nível de divisão da ProtivoVozdushnaya Oborona(PVO-Defesa Aérea do Território Soviético). Foi o primeiro sistema móvel SAM a entrar em operação nas fileiras soviéticas. Seu desenvolvimento foi muito demorado, por se tratar de um conjunto muito complexo para a época. Foi visto pela primeira vez na parada militar de Moscou em maio de 1964, mas a entrada em serviço operacional só aconteceu em 1967.
O Radar principal é o P-40/1S12 "Long Track" de aquisição de alvos, opera na banda E , com alcances que variam de 175 km para alvos grandes, 80 km para alvos do tamanho de um caça e 35 km para mísseis Cruise. Ainda existem os radares de acompanhamento 1S32 "Pat Hand"utilizando a freqüência banda H, com alcance máximo de 130 km e o de cálculo de altitude denominado pela OTAN de "Thin Skin", operando na banda H com capacidade de detectar um alvo a 240km.
O míssil padrão é o Ganef 3M8, impulsionado por um grande ramjet e ainda possui 4 motores foguete de impulsão utilizados durante o lançamento. Sua cabeça de guiagem é semi-ativo e suas últimas versões receberam um data-link como guiagem final, sua velocidade máxima é de Mach 4 com alcance máximo na casa dos 55 km, dependendo da versão. Sua ogiva pesa 135 kg e foi concebido e fabricado pela NPO Novator.

ACIMA: O radar P-40/1S12 "Long Track" baseado no chassi U426.

Geralmente o lançador situa-se em um chassi GM-123, com capacidade de transporte de até dois mísseis. O SA-4 foi utilizado durante as primeira fases da invasão do Afeganistão em 1979, logo depois foram mandados de volta a URSS. Entre 1993 e 1996 foram vendidos para a Armênia 27 sistemas "Krug", juntamente com 349 mísseis. Os SA-4 "Ganef" ainda estam em serviço na Coréia do Norte, Armênia, Bulgária, Polônia e Turcomenistão. A Rússia deu baixa nos últimos mísseis 2K11 em 1997.

Dados do míssil( 2K11M )

Peso: 2, 453 kg
Comprimento: 8,78 m
Diâmetro: 86 cm
Ogiva: 135 kg - Fragmentação/Alto explosivo.
Alcance Máximo: 55 km
Velocidade Máxima: Mach 4
Propelente: Líquido/Querosene

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

CLASSE DOLFIJN

ACIMA: O zeehond( Classe Dolfijn ), ancorado em Narvik durante o ano de 1967.

A Holanda possui uma merecida reputação em projetos inovadores de submarinos. Por exemplo: foi um oficial da Marinha Holandesa que inventou o schnorkel ( aparelho usado para arejar submarinos mergulhados) nas Índias Orientais, em meados da década de 30. Portanto, não é de surpreender que, quando os holandeses decidiram construir sua primeira classe de barcos, eles empregassem um conceito inovador e singular.
A classe de quatro barcos foi autorizada em 1949, mas os dois primeiros( Dolfijn e Tonijn) foram atrasados por causa de uma decisão pendente sobre sua propulsão, que poderia ser nuclear.
Verificado que esse tipo de propulsão seria proibitivamente caro, os dois últimos barcos foram completados em 1965/66. Naturalmente, o segundo par incorporava aperfeiçoamentos, sendo algumas vezes considerados uma classe à parte. Entretanto, desde então, sucessivas reformas tornaram os quatro barcos virtualmente idênticos.


ACIMA: O submarino diesel-elétrico Potvis da classe Dolfijn, em alta velocidade durante cruzeiro no Oceano Ártico.


A característica exepcional dos Dolfijn é que, ao invés do simples casco de pressão usual nos submarinos normais, eles têm três cascos de pressão separados, embora interconectados, em disposição de "bolha tripla". O casco superior maior contém a tripulação e a maioria dos equipamentos, enquanto abaixo deste e ao lado um do outro situam-se dois cascos menores, cada um contendo maquinaria e depósitos. A grande vantagem desse estranho arranjo é que ele traz maior resistência e compactibilidade, embora também resulte em condições muito apertadas nos cascos inferiores, nos quais a manutenção e os consertos na maquinaria são muito penosos. Isto, combinado à grande complexidade e aos grandes custos de fabricação, parece ter desencorajado os holandeses: seus últimos submarinos voltaram a usar o casco de pressão simples. O arranjo de casco triplo, entretanto, permitiu uma profundidade de mergulho de 300m. Seu perfil hidrodinâmico proporciona um excelente desempenho sob a àgua, fazendo dos Dolfijn barcos muito silenciosos.
Os submarinos da classe Dolfijn , foram desativados quando a classe Walrus se incorporaram à frota em 1983/84.

Total Construído - 4
Lançamento: 1959/65
Deslocamento: 1.518 toneladas na superfície e 1815 toneladas submerso
Dimensões: comprimento- 79,5m; boca- 7,8m; calado- 5m
Tubos lança-torpedos: 4 de 533 mm na proa, 4 na popa
Propulsão: 2 motores diesel(3.100 hp) e dois elétricos(4.200 hp).
Eixos: 1
Velocidade: 14,5 nós(27 Km/h) na superfície e 17 nós(31,5 Km/h) submerso.
Tripulação: 67.



quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

ROCKWELL XFV-12

Com uma aparência um tanto desajeitada e angulosa, o Rockwell XFV-12 foi um dos projetos surgidos durante a década de 70 visando um caça VTOL( decolagem e pouso vertical) com capacidade de atingir velocidade Mach 2.
O aparelho mostrou-se muito avançado para a época em que foi lançado e conseqüentemente sofreu com a complexidade inerente ao projeto deste nível. Durante o ano de 1973 os Marines(Corpo de Fuzileiros Navais Americanos), propuseram à Rockwell utilizar partes de outras aeronaves com o objetivo de baratear custos no desenvolvimento. Então o XFV-12 utilizou em seu primeiro protótipo toda a parte dianteira da fuselagem do McDonnell Douglas A-4 Skyhawk e sistemas de armas do McDonnell Douglas F-4 Phantom II.


ACIMA: Os dois unicos protótipos construidos do XFV-12 nas instalações da Rockwell International.


ACIMA: Visão frontal do primeiro protótipo do XFV-12, ainda com as cores da Rockwell International.

Esperava-se que o protótipo Nº1 voasse em agosto de 1974, mas isso nunca aconteceu. Ficou claro que todo o projeto estava aquém das expectativas além de muito complexo e caro, mesmo em tempos de Guerra Fria, sendo assim o programa XFV-12 precisou ser abandonado no ano de 1980 em favor de novas versões do AV-8 Harrier.

Dimensões:

Comprimento: 13.40m
Envergadura: 8.69m
Altura: 10.00m

Desempenho(estimado):

Velocidade: 2560 km/h
Teto: 38. 999 pés (11.887 m)
Peso vazio: 6.259 kg
Peso carregado: 11.ooo kg

Motorização:

1 x Pratt & Whitney F401-PW-400 com potência aumentada para 30.000 lb com pós-combustão.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

FALLSCHIRMJÄGERGEWEHR 42

Hermann Göering era chefe da luftwaffe durante a 2ª Guerra Mundial e nutria um profundo sentimento de ciúmes em relação aos altos comandantes do exército alemão. Quando o exército resolveu adotar um novo fuzil automático, Göering achou qua a Luftwaffe tinha o mesmo direito, visando equipar suas tropas de pará-quedistas, as Fallschirmjäger. Mas em vez de seguir o caminho do exército que adotou o cartucho "curto"(Kurz), a Luftwaffe continuou a utilizar o projétil padrão de 7,92mm, e pediu à fábrica Rheinmetall que projetasse um novo fuzil automático.

ACIMA: Atirador Fallschirmjäger apontando seu FG 42 durante a ofensiva das Ardenas.


A Fábrica então desenhou e fabricou uma das armas portáteis mais marcantes da história militar: a Fallschirmjägergewehr 42(FG 42) de 7,92 mm, uma arma que conseguiu reunir o mecanismo de fogo automático num espaço um pouco maior que o ocupado por um ferrolho convencional. Seus primeiro exemplares tinham cabo de pistola inclinado, coronha de plástico de formato incomum e um bipé para fogo sustentado proeminente sob o cano. Completando havia um grande supressor de chamas e um mecanismo para colocação de uma baioneta de encaixe. O carregador de 20 disparos, era introduzido lateralmente e o funcionamento da arma funcionava a gás. A FG 42 era mais complexa do que inovadora, pois reunia uma mistura de diversos sistemas existentes na época em uma única arma.

ACIMA: Pará-quedistas alemães com seus FG-42 em Creta.

A Luftawaffe recebeu o primeiro lote de FG 42 durante o ano de 1942, utilizando na invasão de Creta, ficando muito satisfeita com o desempenho da arma e pediu um segundo lote. Mas este não lhe foi entregue, pois constatou-se qua as inovações incorporadas no FG 42 exigiam um processo de fabricação complicado e necessitariam de novas modificações. Assim, sua entrega transcorreu de forma lenta e irregular e numa tentativa de acelerar a produção, fizeram certas simplificações. Introduziu-se uma coronha de madeira mais simples e substituiu-se o cabo de pistola por um componente menos incomum. O bipé mudou para uma posição mais à frente e outros cortes foram feitos. No entanto nada disso adiantou; no fim da 2ª Guerra Mundial, apenas 7.000 unidades haviam sido fabricadas. Mas, depois do conflito, o FG 42 atingiu sua maior marca de produção, pois muitas de suas características acabaram incorporadas por modelos posteriores. Talvez a mais importante delas fosse o mecanismo acionado a gás, que podia disparar um único tiro a partir da posição de ferrolho travado e, com o ferrolho aberto, realizar fogo automático, tudo isso em um compartimento pequeno utilizando um cartucho de alta potência.

ACIMA: Primeira versão do fuzil FG-42 com o bipé mais recuado.


Não se mantiveram alguns dos componentes, como o carregador lateral, que não tinha um bom desempenho. Além de ficar preso no uniforme do combatente, ele tendia a desequilibrar a arma durante o disparo.
O FG 42 apresentava um desenho bastante avançado para a época e incorporava muitos dos componentes da maioria dos fuzis de assalto e metralhadoras modernas, como o desenho em linha reta da coronha à boca do cano e o mencionado mecanismo de funcionamento à gas. Exatamente por essas características, no entanto, a produção do FG 42 era muito difícil e cara, mesmo em 1945 restavam alguns problemas mecânicos a serem resolvidos para que a arma pudesse funcionar de forma adequada.

ACIMA: Pará-quedista alemão no Gran Sasso, durante a operação "OAK"( resgate de Mussolini) com o seu fuzil FG 42, ao fundo o planador de assalto DFS 23o.

FICHA TÉCNICA.

Calibre: 7,92 mm
Comprimento: 940 mm
Peso: 4,53 kg
Carregador: 20 cartuchos
Velocidade inicial do projétil: 761 m/s
Cadência: 750 a 800 tiros por minuto

sábado, 8 de novembro de 2008

F-102 Delta Dagger

Beneficiando-se das pesquisas alemãs de asas em delta durante a II Guerra Mundial, os americanos desenvolveram no pós-guerra o avião experimental Convair XF-92. Deste projeto surgiu o interceptador Convair F-102 Delta Dagger, primeira aeronave supersônica em delta a entrar em serviço operacional no mundo. O programa iniciou-se em 1950, mas logo no início mostrou-se problemático, pois o protótipo designado YF-102 não atendia as especificações exigidas pela USAF.


ACIMA: Cockpit do Convair F-102 Delta Dagger

O maior problema era que a aeronave não conseguia ultrapassar a velocidade de Mach 1. Em 1953 aconteceu o primeiro vôo do YF-102 a partir da base de Edwards, infelizmente neste primeiro vôo a aeronave perdeu sustentação e caiu sobre a deserto da Califórnia. Estava claro que havia necessidade de modificações profundas no projeto, então os projetistas da Convair voltaram-se as suas pranchetas e reprojetaram totalmente o aparelho, agora utilizando a então recente "regra de área", que visava reduzir o altíssimo coeficiente de arrasto transônico.

ACIMA: O YF-102 decolando da base de Edwards no deserto da Califórnia.

A adoção da fuselagem "garrafa de coca" resolveu de forma satisfatória o problema de desempenho, embora o desenho ainda precisasse sofrer algumas alterações de certa importância na área da deriva e também nos bocais das tomadas de ar. A seção anterior da fuselagem era de um modelo totalmente novo. Somente em abril de 1956 o caça estava pronto para entrar em serviço no ADC( Air Defense Command, Comando de Defesa Aérea). O auge do Delta Dagger foi durante a intervenção dos EUA no Vietnã, onde o F-102 ficou responsável pela defesa aérea da capital do Vietnã do Sul, Saigon.
Depois disso, o F-102 teve uma longa carreira operacional, desempenhando a função de interceptador no ADC, Forças Aéras do Pacífico e na Força Aérea americana na Europa. Dos 889 aparelhos monoplace fabricados, 875 integraram o estoque bélico. Paralelamente produziram-se 111 TF-102A biplace de terinamento.
Quando deixou de prestar serviços como interceptador da Guarda Aérea Nacional , em fins dos anos 70, o Delta Dagger se transformou em avião-alvo, com a designação "PQM-102", e centenas deles sofreram reformas para uso em programas de treinamento e testes.

ACIMA: Um dos primeiros F-102 Delta Dagger de série em vôo.

ARMAMENTO: O Convair F-102 Delta Dagger foi projetado como interceptador puro, sendo o seu armamento transportado dentro de um compartimento interno na fuselagem. Ele não possuía canhão interno, utilizando apenas mísseis do tipo Hughes AIM-4C Falcon, guiados por infravermelho, AIM-4A/AIM-4E Falcon, guiados por radar e mísseis AIM-26A Falcon de ogiva nuclear.

ACIMA: Delta Dagger ostentando a pintura padrão no Sudeste Asiático durante seu serviço no Vietnã, nas décadas de 60 e 70.

Ficha Técnica:
Convair F-102A Delta Dagger

MOTOR: Um turbojato Pratt e Whitney J57-P-23 com empuxo seco de 5.307 kg e de 7.802 kg com pós-queimadores.

VELOCIDADE MÁXIMA:
1.328km/h

TETO DE SERVIÇO: 16.460 m

RAIO DE AÇÃO: 805 km

COMPRIMENTO: 20,84 m

ENVERGADURA: 11,62 m

ALTURA: 6,46 m

PESOS: 8.641 kg vazio, 14.288 kg carregado




Encouraçado Classe "Queen Elizabeth"

Compondo uma das mais bem-sucedidas classes de belonaves principais já construídas, as cinco unidades da classe "Queen Elizabeth" também representavam os primeiros encouraçados de grande resistência. Eles resultaram da decisão de montar canhões de 381 mm, que substituiriam os de 343 mm(já superadas por armas de calibres maiores estrangeiras). Embora não houvesse impedimento quanto à construção de navios suficientemente grandes para esta bateria de canhões, de dez peças, peferiu-se utilizar oito canhões de 381mm. Na época era comum os encouraçados possuirem torres artilhadas no meio do casco, mas no projeto do "Queen Elizabeth"esta prática foi abandonada, permitindo um aumento da potência no maquinário de 29.000 shps para 75.000 shp, assim atingindo uma velocidade de 45km/h.

ACIMA: Lançamento do casco do "Queen Elizabeth" em 16 de outubro de 1913.

O casco do "Queen Elizabeth" foi lançado em 16 de outubro de 1913, mas apenas em 1915 as três primeiras unidades entraram em operação na Royal Navy sendo eles, o HMS "Queen Elizabeth", "Warspite" e o "Barham" respectivamente e mais duas em 1916, HMS " Valiant" e o "Malaya".

ACIMA: O "Queen Elizabeth" no Mediterrâneo em 1943.

Quatro das belonaves da Classe participaram da Batalha de Jutland, pelo 5º Esquadrão de Combate. Esse grupo, por causa de sua velocidade, se agruparam junto à força de cruzadores-encouraçados do almirante Beatty, em vez de juntar-se ao corpo da frota principal. Assim, esses navios se engajaram num momento crítico da batalha. O grupo sofreu 27 impactos de torpedos de grande calibre, tendo o "Valiant" saído ileso e o "Warspite" recebido treze impactos. Os navios dessa classe foram capazes de absorver muito bem os danos da batalha e já estavam operando no mês seguinte. Todos passaram por modernizações em vários graus no período entre guerras mundiais, e participaram da Segunda, na qual somente o "Barham" perdeu-se.

ACIMA: O "Warspite" estacionado em Gibraltar durante a década de 30

Armamento: Os navios da classe "Queen Elizabeth" eram armados com oito canhões de 381 mm, catorze de 152 mm e dois antiaéreos de 76 mm, além de quatorze tubos de torpedos de 533 mm.


ACIMA: Vista frontal dos canhões de 381mm do HMS "Warspite".

Ficha Técnica:
(Classe "Queen Elizabeth" versão original)

Deslocamento: Padrão 29.150 t: com carga total, 33.000t.
Comprimento: 19,82m
Largura do casco: 27,58m
calado: 9,35m
Propulsão: Quatro conjuntos de turbinas engrenadas a vapor desenvolvendo 75.000shp.
Velocidade: 45 Km/h.
Blindagem: Faixa lateral, 330 mm; anteparos, 152 mm; plataformas de armas, 254 mm;convés superior, 44 mm; principal, 32 mm; médio, 25 mm; inferior, 76 mm.
Tripulação: 950 .


quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Yakovlev YAK-141 "Freestyle"

Durante a década de 70 as autoridades aeronáuticas russas criaram uma série de especificações, visando modernizar seus vetores. Preocupados com os novos F-15, F-16, F/A-18 e o Panavia Tornado da Otan, a URSS apresentou como resposta os caças Sukhoi Su-27, Mikoyan Gurevich Mig-29 e o Yakovlev Yak-141.
Projetado como substituto do caça embarcado VTOL Yakovlev Yak-38, o "Freestyle"* na verdade era uma mudança de conceito em termos de caça embarcado. O YAK-38 era simplesmente um caça provisório, colocado às pressas em serviço visando equipar a Marinha Russa(AVMF) com um aparelho similar ao britânico BAC Harrier, resultando em um avião muito limitado operacionalmente. O Yak-141 era uma aeronave revolucionária. Equipado com variação de geometria no tubo de escape do motor e possuindo uma performance supersônica que era novidade em aeronaves VTOL , o YAK-141 seria um verdadeiro caça/interceptador de defesa de frota.
Os russos esperavam utilizá-lo em parceria com a aeronave de ataque Sukhoi SU-39**, a bordo dos porta-aviões da classe "Kuznetsov". Apresentando uma configuração motriz com um grande motor principal e dois menores de sustentação no meio da fuselagem, o desenvolvimento do novo caça VTOL russo começou em 1975.

* Denominação dada ao Yakovlev Yak-141 pela OTAN.
** Versão naval do avião de ataque Sukhoi Su-25 "Frogfoot".

ACIMA: Vista frontal do protótipo nº 1 do Yakovlev Yak-141 "Freestyle".

O programa continuou em total sigilo, até que em 1988 o protótipo nº1 foi fotografado por um satélite espião americano quando estava no pátio da base de Zhukovsky. Em 1989 ocorreu seu primeiro vôo , apresentando apenas pequenos problemas, sobretudo no sistema Fly-By-Wire. O Yak-141 estava equipado com o radar Phazotron N-019 do Mig-29 , acrescido de alguns modos de ataque ao solo. Com o fim da URSS o programa sofreu vários cortes orçamentários, sendo cancelado em 1992. Foram fabricados 2 protótipos, sendo o segundo utilizado nos testes de convés efetuados nos porta-aviões das classes "Kiev" e "Kuznetsov".

ACIMA: Cockpit do Yak-141

Armamento: um canhão GSh-30-1 de 30mm, mísseis de curto alcance R-60(AA-8 "Aphid"), R-73(AA-11 "Archer"), mísseis de médio alcance R-27( AA-10 "Alamo"), R-77(AA-12 "Adder"), mísseis de ataque ao solo Kh-25(AS-10 "Karen"), Kh-29(AS-14 "Kedge"), mísseis anti-radar Kh-31(AS-17 "Krypton"), bombas guiadas por tv, laser e "burras".

ACIMA: Nesta imagem fica evidente a disposição dos motores no Yak-141.

Motores: Um Turbofan Soyuz R-79V-300 com vetoração vertical no bocal de escape, contando com um empuxo de 24.205lb seco/34.170lb com pós combustor e dois RKBM(Rybinsk Engine Design Bureau)RD-41, localizados no meio da fuselagem com empuxo de 9.392lb cada.

ACIMA: Protótipo nº2 pousando no convés do porta-aviões "BAKU"( classe "Kiev").

Performance:

Velocidade máxima: 1.800km/h
Raio de Ação: 1100 km (decolagem vertical)
Alcance: 2400 km
Teto de serviço: 15.000 m

Dimensões:

Comprimento: 18,30m
Envergadura: 10,10m
Altura: 5,00m
Peso máximo de decolagem: 19,500kg